segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mitos que circundam o suicídio

"Quem fala não faz"
Muitos acreditam que os verdadeiros suicidas não se manifestam ao considerarem tal ato. Pesquisas mostram, no entanto, que 75% das pessoas que se suicidaram haviam expressado, semanas antes, que estavam desesperadas e o fariam.Os mesmos estudos mostram que, por essa razão, muitos casos poderiam ser evitados se tivessem recebido a devida atenção.

"Suicídio é coisa de louco"
Para muitas pessoas, apenas aqueles que têm problemas mentais cogitam o suicídio. No entanto, estima-se que nem 10% dos suicidas possuem psicose ou outros distúrbios psicológicos. É fato que muitos sofrem depressão ou transtornos, porém a ausência dessas moléstias, definitivamente, não elimina o risco de suicídio.

"Isso não leva ao suicídio"
Um grande erro é considerar que os argumentos de um suicida não são tão sérios. Infelizmente, é só após a tragédia que as pessoas começam a rever os conceitos e percebem que valores e prioridades variam de indivíduo para indivíduo.

"Uma vez superada a crise, não há mais risco"
Acredita-se que para acabar com o risco de suicídio, deve-se superar a situação que o gera. Baseando-se nisso, muitos pacientes são abandonados após uma melhora no quadro psicológico. Tais crises, no entanto, podem reaparecer, o que é muito comum. Além disso, novas crises podem surgir, por isso deve haver um acompanhamento constante nesses casos.

"Todo suicida pertence à mesma classe social"
É verdade que as classes e a mobilidade social são importantes no estudo do suicídio. Não há, entretanto, um setor da sociedade que fuja de tal ato. Ele atinge todas as classes e raças, mesmo que de formas diferentes.

"É inútil evitar um suicídio"
Há acredite que os suicidas estão determinados a se matar, por isso não fazem nada para reverter a situação. A maioria, pelo contrário, enfrenta grande indecisão e, até o último momento, se arrisca contando que venham salvá-la. Poucos são os que desistem da vida sem deixar algum sinal ou avisar alguém.

A existência desses mitos podem, de certa forma, explicar o grande número de casos de suicídio que poderiam ter sido prevenidos e não foram. Sustentar tais idéias equivale a recusar a ajuda necessária em um momento tão difícil para algumas pessoas. Por outro lado, ao quebrar esses falsos "dogmas", fica visível que há como diminuir as elevadas taxas de suicídio presentes no mundo contemporâneo.

Por Rafael dos Santos

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