sábado, 22 de novembro de 2008

For o... ( fim?)

Na primeira parte do texto falei que ia deixar registrados alguns dos motivos "oficiais" ( que psicólogos e especialistas citam com mais frequência) para alguém tirar a própria vida e mostrar que o que é motivo para um pode não ser para outro, mas antes disso vou voltar trinta anos e contar rapidamente a história do Peoples Temple e do reverendo Jim Jones.

James Warren (Jim) Jones, começou a se tornar famoso nos EUA ao reunir negros e vítimas de preconceito( não sem antes cobrar dinheiro deles ) para criar o "Templo dos Povos". O objetivo do templo (que logo começou a ser chamado de igreja) era amarginalizados. O problema é que a sociedade estadunidense começou a olhar com um pouco de desconfiança esse negócio de cobrar dinheiro para construir um "Templo dos povos" com aspirações socialistas. Aí Jones foi se distanciando, mas não sozinho.

Como os EUA começaram a pressionar ainda mais, Jones ordenou a ida de todos os fiéis à Jonestown(cidade construída por eles próprios). E de lá não saíram mais, porque segundo seu líder, era melhor morrer já que não se poderia viver em paz. E foi resumidamente assim que mais de novecentas pessoas(incluindo crianças e famílias inteiras) morreram baseadas numa crença.

Voltando e concluindo...
Segundo Émile Durkheim em seu livro " O Suicídio", existem três tipos de suicídio:
Tipo- Suicídio egoísta
Motivo "Oficial"- quando alguém acha que simplesmente perdeu a graça e nada mais pode animar
Tipo-Suicídio altruísta
Motivo "Oficial"-quando um cabo do exército é humilhado por um superior, por exemplo e percebe que está muito preso à uma hierarquia
Tipo-Suicídio Anômico
Motivo "Oficial"-quando as pessoas se sentem extremamente frustradas, depressivas e acabam perdendo sua identidade

PS:A segunda parte da promessa( a de achar motivos "não- oficiais", eu fico devendo, porque como disse Luís Fernando Veríssimo :"Todas as opiniões sobre o gênero humano são suspeitas porque são de gente. É impossível ser completamente objetivo com a própria espécie". Traduzindo : qualquer coisa pode ser um motivo. Se alguém quer sorrir arranja fácil um motivo, se alguém quer brigar, idem...se alguém quer se matar...

Por Vinícius França

Sábado \o/

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Suicídio Anômico

Segundo o livro do sociólogo Émile Durkheim, "O Suicídio", há quatro tipos de suicidas. Um deles é o suicida por anomia. A anomia é quando, por causa de mudanças sociais/financeiras, a pessoa perde seus objetivos e sua identidade.

O suicídio anômico é, portanto, um dos suicídios mais comuns, pois, por exemplo, ao perderem o emprego (mudança tanto social quanto financeira), muitas pessoas desistem de viver. Essa é uma realidade assustadora, pois na nossa sociedade, perder o emprego é uma das piores coisas que poderia acontecer a alguém.

O exemplo também engloba a família de quem perde o emprego, como os filhos. A mídia vende seus produtos e modo de vida a jovens da classe média. O que eles fazem quando percebem que não serão mais parte do grupo social que até então eles estavam inseridos? O que acontece quando uma pessoa vê tudo que ela sempre teve sumir diante de seus olhos?

Ela perde sua identidade. Assim, a pessoa se transforma em alguém anômico e, muitas vezes, se transforma também num suicida anômico. Uma pessoa anômica não necessariamente comete o suicídio, afinal muitos decidem lutar para mudar sua vida ao invés de desistir. Essas pessoas têm dificuldades, precisam de ajuda e não têm muitas opções, mas isso não significa que a situação seja irreversível. Quem acha um motivo para continuar tentando, tem mais chances de conseguir. O difícil é achar tal motivo.

É importante lembrar que o termo anomia foi usado pela primeira vez por Durkheim em seu livro sobre suicídio, ou seja, desde sua "criação", a palavra já esteve ligada a este tipo de suicídio.

Por Clara Hamasaki

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Suicídio Vagaroso

Dentre as formas de escapismo mais destrutivas estão o uso de drogas e o consumo demasiado de bebidas alcoólicas. Essas atitudes em médio e longo prazo têm um efeito irreversível. Não tão explícito quanto enforcar-se, mas estas também são maneiras de cometer um suicídio, porém, vagaroso, morre-se a cada dia, parte por parte do corpo. As alucinações também podem levar ao suicídio.

Mais do que uma forma de escapismo para os jovens de classe média com baixa auto-estima, as drogas são um produto alternativo que gera lucros, portanto, sua comercialização torna-se um método de ascensão social. E mais uma vez a hierarquização a sociedade é a causa.

Segundo o Instituto Datafolha, 43% dos pais sabem que seus filhos usam drogas; 1 em cada 5 jovens já dirigiu após beber, entre os que têm renda familiar maior que dez salários mínimos a relação sobe para 2 em 5; e quanto a tão polêmica questão da liberação da maconha, 76% querem que seu uso siga proibido.

Programas de conscientização existem, a Lei Seca visa à diminuição de mortes que poderiam ter sido evitadas se atitudes inconseqüentes não tivessem sido tomadas. Enfim, o valor da vida é inestimável, não cuidar de você mesmo é uma forma de suicídio, a qual é citada com freqüência pelas religiões, em cujos preceitos estão previstos modelos a serem seguidos para se viver bem.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Japão: A terra do suicídio [4]

Bullying, desemprego, solidão e suicídio coletivo. Já tratamos de todos estes assuntos, porém ainda não nos aprofundamos nas tentativas do governo Japonês para deter a onda de suicídios que há anos se instaura na terra do sol nascente. Nesta quarta e ultima parte da matéria comentaremos as tentativas de impedir o aumento do suicídio Japonês.

Como já comentamos anteriormente, o governo nipônico pretende diminuir ate 2016 cerca de 20% dos suicídios no Japão. De acordo com o próprio, as medidas são semelhantes às tomadas por países da Europa, como Reino Unido e Finlândia que visava à diminuição de pautas relacionadas a suicídio por qualquer meio de comunicação. Porém com o avanço da internet nem mesmo o governo tem poder para segurar as ondas de informações que avançam sobre a sociedade.

O Parlamento também procura acabar com os pactos, realizados por vários adolescentes, que se suicidam juntos numa forma de acordo feita via internet. As dificuldades para cortar tais informações da mídia se devem, pois iria contra a lei de proteção á liberdade de expressão. Assim o governo Japonês junto da policia e diversas empresas de comunicação procuraram adotar varias medidas para levar informações a respeito de suicídio para a policia. Os sites de suicídio seriam analisados, para decidir se o conteúdo contenha algum risco a sociedade.

Talvez tais medidas ainda sejam poucas, pois existem muitos suicidas que não se ocupam de métodos on-line. Porém esses ainda são o inicio da ação governamental, que procura inicialmente acabar com os métodos de suicídio que mais atingem os jovens Japoneses.

Por Lucas Vinicius

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Suicidio e o contexto da realidade social

O suicídio não deve ser sempre tratado apenas como um caso isolado por motivos particulares. Pode, muitas vezes, ser considerado problema de saúde pública, assim que a desilusão na vida da pessoa é provocada pela desilusão propiciada pelo próprio país.
Em matéria de 2004, o especialista José Bertolote explica: "Suicídio é um importante problema de saúde pública e representa 1,5% do custo total das doenças para a sociedade".

As estatísticas são uma ferramenta poderosa neste momento de análise. No Brasil algumas capitais e estados apresentam índices elevados, apesar da situação não ser tão crítica quanto no Japão, que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) apresentava 25 mortes por 100 mil habitantes em 2004. A média brasileira chegou a 4,5 mortes por 100 mil habitantes também nessa data segundo estudo realizado pelo Ministério da Saúde em parceira com universidades públicas e privadas. Países como Espanha, Itália, Irlanda, Egito e Holanda, as mortes não chegam a dez a cada 100 mil habitantes nesse período. Na China, há 250 mil mortes por ano, cerca de um suicídio e oito tentativas a cada dois minutos, segundo o portal de notícias estatal chinês "China Daily". Os números africanos são imprecisos demais para serem publicados.

Os dados são uma visão alarmante, o suicídio está fortemente relacionado à cultura de um país (no caso do seppuku, tradição samurai japonesa de cortar a própria barriga), a sua religião (casos de suicídio coletivo em nome de uma ‘oferenda’) ou estabilidade proporcionada pelo país, (as mortes nos Estados Unidos provocadas pela crise americana).

Por Juliana Dutra

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mitos que circundam o suicídio

"Quem fala não faz"
Muitos acreditam que os verdadeiros suicidas não se manifestam ao considerarem tal ato. Pesquisas mostram, no entanto, que 75% das pessoas que se suicidaram haviam expressado, semanas antes, que estavam desesperadas e o fariam.Os mesmos estudos mostram que, por essa razão, muitos casos poderiam ser evitados se tivessem recebido a devida atenção.

"Suicídio é coisa de louco"
Para muitas pessoas, apenas aqueles que têm problemas mentais cogitam o suicídio. No entanto, estima-se que nem 10% dos suicidas possuem psicose ou outros distúrbios psicológicos. É fato que muitos sofrem depressão ou transtornos, porém a ausência dessas moléstias, definitivamente, não elimina o risco de suicídio.

"Isso não leva ao suicídio"
Um grande erro é considerar que os argumentos de um suicida não são tão sérios. Infelizmente, é só após a tragédia que as pessoas começam a rever os conceitos e percebem que valores e prioridades variam de indivíduo para indivíduo.

"Uma vez superada a crise, não há mais risco"
Acredita-se que para acabar com o risco de suicídio, deve-se superar a situação que o gera. Baseando-se nisso, muitos pacientes são abandonados após uma melhora no quadro psicológico. Tais crises, no entanto, podem reaparecer, o que é muito comum. Além disso, novas crises podem surgir, por isso deve haver um acompanhamento constante nesses casos.

"Todo suicida pertence à mesma classe social"
É verdade que as classes e a mobilidade social são importantes no estudo do suicídio. Não há, entretanto, um setor da sociedade que fuja de tal ato. Ele atinge todas as classes e raças, mesmo que de formas diferentes.

"É inútil evitar um suicídio"
Há acredite que os suicidas estão determinados a se matar, por isso não fazem nada para reverter a situação. A maioria, pelo contrário, enfrenta grande indecisão e, até o último momento, se arrisca contando que venham salvá-la. Poucos são os que desistem da vida sem deixar algum sinal ou avisar alguém.

A existência desses mitos podem, de certa forma, explicar o grande número de casos de suicídio que poderiam ter sido prevenidos e não foram. Sustentar tais idéias equivale a recusar a ajuda necessária em um momento tão difícil para algumas pessoas. Por outro lado, ao quebrar esses falsos "dogmas", fica visível que há como diminuir as elevadas taxas de suicídio presentes no mundo contemporâneo.

Por Rafael dos Santos

domingo, 16 de novembro de 2008

Conflito com o meio exterior

Aparentemente o suicídio tem todos os atributos para ser classificado como um ato individual, mas para Émile Durkheim, pioneiro no estudo aprofundado sobre o assunto, o suicídio é um fenômeno social. Em Le Suicide (1897; O suicídio) obra de Durkheimm, demonstra as razões pelas qual o indivíduo se mata com análise das taxas de morte cometidas por suicídio. No estudo o sociólogo diz que o ato de se matar também é devido a um conflito com o meio social exterior.
Na obra O Suicídio~ Durkheim caracterizou os suicidas de três formas. A pessoa que se mata para não sofrer, geralmente, comente tal ato por não estar integrada em um convívio social (família, amigos e trabalho), é classificada como suicidas egoístas. O suicida altruísta, lealdade a uma causa (religião, moral, militar). E por último o suicida anômico, na qual o indivíduo se mata devido a uma crise e desequilíbrio socioeconômico que a sociedade sofre. Dukheim também verificou que as mortes por suicídios variam de país, religião, gênero e estado civil.

O livro chegou a conclusão de que a causa do suicídio na época de Durkheim era devido a pouca integração da sociedade com o indivíduo. Uma sociedade que era altamente individualista seria o contrário de uma solidariedade social, aumentando assim a opção pelo suicídio.

"Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada."
Fernando Pessoa
Por: Shayane Servilha