quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Suicídio: coragem ou covardia?

Ian Curtis, Assis Valente, Amy Winehouse(opa, essa ainda não foi) são algumas celebridades suicidas (ou quase ,contando com a Amy). Isso no mundo da música,porque fora dele há muitos outros exemplos.Só pra citar: Santos Dumont,Vincent Van Gogh,Herzog(rá,conta outra né),Adolf Hitler, Eva Braun e Judas Iscariotes! Isso mesmo.Nem a bíblia escapou das pessoas que acharam melhor "queimar que apagar aos poucos"(como diria Neil Young mais tarde reproduzido por Kurt Cobain em sua, pasmem! Nota de suicídio).

Vendo tanta gente famosa e adorada(com as prováveis exceções de Judas, Hitler e Eva Braun), é possível acreditar na frase pessimista de Neil Young.Será que Ernest Hemingway( um dos escritores estadunidenses da chamada "Geração Perdida") achou gostosa a sensação de uma bala de espingarda atravessando sua cabeça? "Ah mas ele nem sentiu" alguém dirá. Ledo engano. O tempo de sobrevida de qualquer ser humano é de aproximadamente oito segundos depois de um golpe fatal( ou seja, o suficiente para um decapitado contemplar seu corpo sem cabeça e dar um sorrisinho).

E a pouco lembrada Wendy Orleans Willians(vocalista dos Plasmaticts)? Será que ela achou melhor se queimar fatalmente com uma arma que apagar aos poucos? É óbvio que ninguém gosta de passar por cenas de aflição tão intensa. Tudo bem, oito segundos não é muita coisa.Passa rápido. É aí que está! Pimenta nos olhos dos outros é refresco(no caso, bala na cabeça dos outros é refresco). Ninguém que não tenha se suicidado imagina o terror que esse ato carrega consigo.

Ainda acredito no Gonzaguinha quando ele diz que "ninguém quer a morte, só saúde e sorte". Se Kurt Cobain tivesse saúde (não fosse viciado em heroína) e sorte ( não fosse casado com uma viciada em heroína) será que teria pensado em se matar? Se Santos Dumont tivesse saúde(muito debilitada em seus últimos dias)e sorte(de não ver sua criação mais aclamada ser transformada em máquina de guerra),teria dado cabo à própria vida? Coragem de ter abortado tudo e covardia de terem atentado contra si mesmos. Coragem de parar tudo quando já eram conhecidos e covardia de não darem uma chance a eles mesmos e aos outros.

Frances Bean Cobain merecia a oportunidade de conhecer o pai e o sobrinho do Santos Dumont adoraria saber que podia sair de casa tranquilo e quando voltasse estaria com o tio respirando. Limpo, prático e inteligente. Não sujaria o chão, não magoaria as pessoas que ficam e nem sairia do curso natural da vida. O suicídio não glamouriza ninguém. Mancha o glamour de quem é famoso e borra pra sempre a imagem quem não é.É mais covardia que coragem. Aliás,é mais covardia que qualquer outra coisa.

Por Vinícius França
Sábado \o/

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